De acordo com as normas sanitárias e de higiene do trabalho é necessário garantir níveis mínimos de trocas de ar nos ambientes frequentados por pessoas e, realizar essas trocas de ar da maneira correta é a melhor forma de estar em conformidade com as normas, além de proteger as pessoas contra fungos e bactérias.
A renovação adequada de ar é necessária pois reduz a possibilidade de proliferação de microrganismos prejudiciais à saúde. Ambientes sem renovação do ar e com pouca ou nenhuma incidência de luz natural são propícios ao desenvolvimento da bactéria da tuberculose, a Mycobacterium tuberculosis.
Os especialistas alertam que o simples convívio de pessoas nesses locais, em qualquer época do ano, pode gerar dióxido de carbono (CO2). A substância, após algum tempo sem renovação do ar, torna-se nociva à saúde. Os principais reflexos são cansaço, sonolência, queda na produção e dificuldades respiratórias.
Regulamentação
A Norma de ar condicionado ABNT 16401-3 regulamenta o cálculo da vazão de ar externo objetivando a renovação de ar.
Vazão eficaz
A vazão eficaz Vef1 está relacionada à quantidade de pessoas presentes e a vazão eficaz Vef2 está relacionada à área do ambiente. São calculadas através das Equações 1 e 2, respectivamente.
Em que:
– Vef é a maior vazão eficaz de ar exterior adotada entre Vef1 e Vef2 (L/s);
– Fp é a vazão por pessoa (L/s.pessoa);
– Pz é o número de pessoas;
– Fa é a vazão por área útil ocupada (L/s.m²);
– Az é a área útil ocupada pelas pessoas (m²);
– D é o fator de diversidade ocupacional.
Os valores de Fp e Fa encontram-se na Tabela 1, logo abaixo:
Vazão a ser suprida na zona de ventilação
Corresponde à vazão eficaz corrigida com a eficiência da zona de ventilação.
Sendo:
– Vz corresponde a vazão de ar exterior a ser suprida na zona de ventilação (L/s);
– Ez é a eficiência da distribuição de ar na zona.
Os dados de eficiência (Ez) são encontrados na Tabela 2:
CO2 e taxa de ar exterior
Para calcular a concentração interna de dióxido de carbono em qualquer ambiente com pessoas, utiliza-se a Equação 4:
Em que:
– C é a concentração de dióxido de carbono (ppm);
– Vc é o volume de dióxido de carbono produzido pela respiração dos ocupantes (L/s.pessoa);
– Fp é a taxa de insuflação de ar exterior (L/s.pessoa);
– Ca é a concentração de dióxido de carbono presente no ar insuflado (ppm);
– C0 é a concentração de dióxido de carbono presente no ar ambiente (ppm);
– n é o número de trocas de ar na sala.
Para determinar o valor de Vc, utiliza-se de alguns cálculos que constam em ASHRAE HANDBOOK, Fundamentals, 2016, página 9.7, porém para ambiente de escritório pode-se aproximar o valor para 0,004732 L/s.
Para determinar o valor de n, utiliza-se a Equação 5:
Em que:
– t é o tempo analisado (s);
– V é o volume do ambiente (m³/pessoa).
Exemplo
Para exemplificação do cálculo de número de trocas de ar necessários, utilizaremos o sistema simulado na Tabela 3:
Como definiremos a concentração de CO2 a ser atingida no valor de 1000 ppm, utilizaremos para os cálculos a seguinte expressão:
Calculando o número de trocas de ar necessário: